quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O primeiro Torneio




Já vi grandes jogos de futebol em minha vida. Alguns ao vivo. O jogo mais tenso foi Inter X Palmeiras, gol do Dunga de cabeça. Quem é colorado sabe do que estou falando e sabe o jogo, data e circunstância.
O jogo mais estudado? Inter X Boca Juniors (na época que o Boca metia medo) com vitória do Inter.
O jogo que mais sequei? Grêmio X Operários do MS quando do primeiro retorno do co-irmão para 1ª divisão, espero que se repitam vários desses...
Dentro desta área hoje passei por uma experiência fora do comum. Pela primeira vez vi meu filho jogando uma partida. E o que passo a contar agora tem um quê de imaginação, mas a maior parte é real. O dia? 17/09/2012. O local? Ginásio da sua Escola. E que jogos...
Algumas coisas são semelhantes, outras parecidas. Na minha época se jogava futebol no terreno ao lado da casa, isso numa distante Ibirubá que nunca mais vai voltar. Eu com pés descalços e sem camisa (para diferenciar) fiz vários gols e sofri vários. Eram jogos memoráveis contra meu irmão e ás vezes tinha mais gente para fechar um time de 5 para cada lado...
Hoje meu filho tem toda uma estrutura diferente. Se joga futebol de salão num ginásio, ele tem uma chuteira sem travas DalPonte vermelha clara, até um time completo, e que time...
Todos com no máximo 7 anos de idade e descritos assim: no gol um bom goleiro com uma rápida reposição de bola; na frente um tal centroavante, determinado a fazer gols que lembra em muito o Jürgen Klinsmann; capitaneados por um precioso ruivo que joga super bem que passaria por um Dunga melhorado; se juntando aos atacantes um meio campo bastante eficiente. E cuidando da marcação? Dois defensores sendo um deles o meu filho. JM usando a camiseta nº 6, que aliás de agora em diante é minha preferida. Tentei puxar pela memória e descobri nele um defensor que lembra em muito o argentino Sorin. Quando menos espera ele aparece na frente como uma opção para os armadores.
Não tem como descrever a emoção de vê-lo fardado esperando o apito do arbitro para começar o jogo. Tá tudo bem que tinha o uniforme do Grêmio mas isso é um detalhe que ainda dá tempo de corrigir...
O primeiro jogo? 2 X 1 com dois gols do capitão. O segundo? Um passeio que terminou o primeiro tempo 4 X 0. Como eram jogos sem fins competitivos no segundo tempo todos os jogadores eram trocados. Mesmo assim terminou 5 X 1. O terceiro jogo? 3 X 2 numa virada histórica sendo que os dois ultimos gols foram feitos em menos de dois minutos, os últimos dois minutos do jogo. Neste campeonado todos jogam contra todos, creio que o quarto e último jogo bastaria um empate, mas terminou 3 X 1. Meu filho no primeiro torneio da vida se sagrou campeão...
Até agora o momento que escrevo ele nem se deu conta da importância disso, sim por que quando menos se esperava meu filho estava ao meu lado na aquibancada! Sim isso mesmo, quando ele ia para o banco de reservas ele aproveitava para vir conversar. Eu cheio de táticas e posicionamentos para passar (afinal todo brasileiro é um treinador) e ele querendo lembrar a pronuncia correta "SpongeBob Square Pants", se a vovó  já fez a roupa de Jedi...Mas a emoção é minha, e que emoção...

                                                                                  Um Pai.
                                                                         Por Sergio Netto


















P.S. Esse relato é sobre o nosso filho.

2 comentários:

  1. Pelo que eu estou vendo a sabedoria, sensibilidade e intimidade das palavras não é dom só da Catinha rs. Sergio amei seu texto, passou emoção, gostei da sua reflexão e já espero o próximo! Agora só falta o João começar a publicar seus versinhos rsrsrs.

    Bjs!

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  2. Emocionante e parabéns, que venham mais textos.

    Abraços Sergio e uma linda vida!

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